Taekwondo, mais do que uma arte marcial, é um estilo de vida

ROBERTO CAVALIN

27/07/2014 14:34
Quando retornou para Votuporanga em 1977, após passar cinco anos estudando na Universidade Rural do Rio Janeiro, Antonio Roberto Cavalin trouxe na bagagem, além da medicina veterinária, profissão que pratica até hoje, uma outra grande paixão. Um esporte vindo da Coreia, baseado em lutas marciais antigas e que poucos anos antes havia sido trazido para o Brasil: o taekwondo.
 
Ao chegar na cidade, no entanto, Cavalin ficou anos sem praticar o esporte que conheceu durante a faculdade. Até que, no começo da década de 1980, encontrou amigos com a mesma paixão pela luta, entre eles, José Carlos da Silva, ainda hoje professor de taekwondo.
 
“Treinávamos em uma sala emprestada pela prefeitura, em um prédio onde funcionava a Polícia Militar. Precisávamos disputar o espaço com outras pessoas”, relembra Cavalin.
 
Até que, em 1985, o veterinário tirou dinheiro do próprio bolso e comprou um terreno na rua São Paulo, entre a Rio de Janeiro e Paraíba, para assim construir a Academia Cavalin, até hoje a única referência sobre taekwondo em Votuporanga. ” Quando comprei o terreno só havia uma casinha, que foi derrubada e deu lugar ao prédio. Ela foi feita especialmente para o taekwondo, inclusive na parte arquitetônica.”, afirma Cavalin.
 
Mantida especialmente com mensalidade dos alunos, a academia conseguiu trilhar um caminho de sucesso, apesar das dificuldades da sobrevivência, uma vez que o taekwondo – exceto para aqueles que o pratica – não é uma das artes marciais mais conhecidas do grande público.
 
“Depois que entrou para as Olimpíadas e o Brasil conquistou medalha (bronze com Natalia Falavigna em Pequim, 2008) melhorou, ficou mais conhecido. Mas ainda confundem com caratê e judô”, diz o proprietário da academia.
 
Sobre a dificuldade financeira em manter a academia com as portas abertas, Cavalin dá como exemplo a Academia Cerejeira de Judô, fechada ano passado após seis décadas. “O sensei Hidehito (Otuki) tirava dinheiro do próprio bolso, assim dificulta muito as coisas. Se dependêssemos de verbas para atletas estaríamos fechados”, admite.
 
Cavalin é faixa preta desde 1992 e tem seu certificado escrito em coreano. Isto porque fez o exame na Academia Liberdade, em São Paulo, a mais antiga do país, com mestres coreanos, uma vez que havia poucos brasileiros com graduação para aplicar o teste na época.
 
Hoje em dia, no entanto, Cavalin vai pouco até a academia que criou. Problemas no quadril o impedem de lutar. Um baque para quem treinava horas de taekwondo por dia e todos os dias. “Dói muito, qualquer movimento. E vir aqui para ver os outros lutarem é complicado. Fiz uma operação e vou aguardar os resultados. Quem sabe possa voltar”, afirma.
 
Enquanto não volta para a academia, Cavalin deixa os alunos nas mãos dos professores Leticia Giacomini Scrignoli, José Carlos Stefanuti e Ivan Oliveira Lopes, além de José Carlos da Silva, todos pupilos do mestre. “Para quem não sabe, sem ele não existiria esta academia e nem taekwondo em Votuporanga”, disse Stefanuti durante a aula acompanhada pelo Diário
 
(FONTE: DIARIO DA REGIÃO https://www.diariodaregiaovotuporanga.com.br/ )

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(ao lado do colégio comercial)
(017)98207-2750